sábado, abril 23, 2005

Sindicatos e greves

Já ando para escrever sobre este tema há algum tempo. É triste ver que os sindicatos são imediatamente associados a greves pela maioria das pessoas. A ideia que se firmou é a de que os sindicatos só servem para provocar greves. Uma vez que uma greve provoca quebra de produtividade e prejudica a economia, a imagem que passa é a de que os sindicatos são inúteis e até prejudiciais para o País.

Os sindicatos servem para defender os direitos dos trabalhadores e o principal e mais básico direito de um trabalhador é o direito ao trabalho. Um trabalhador ao fazer greve está a prescindir deste direito como último recurso, quando todas as alternativas se esgotaram. A greve foi, é, e deverá sempre ser a última forma de luta adoptada por um sindicato. No entanto, por alguma razão os órgãos de comunicação social, que deveriam ser os principais defensores da Democracia, insistem em apenas falar dos sindicatos quando estes convocam greves, denegrindo e enfraquecendo sistematicamente a sua imagem. Não me lembro de ouvir uma noticia acerca de uma negociação sucedida entre um patrão e um sindicato. Uma negociação que nunca seria possível se não existisse uma voz única dos trabalhadores que se fizesse ouvir. À parte de slogans políticos a verdade é que a união faz a força. As empresas unem-se para fazer face à concorrência e as nações unem-se em comunidades económicas. Mas os trabalhadores unirem-se em sindicatos é hoje em dia uma “coisa de comunistas” e de “quem não quer trabalhar”. Os sindicatos criam bolsas de emprego, promovem formações profissionais e dão apoio jurídico, entre outras actividades, mas só se falam nas greves. Porquê?

Dividir para conquistar…