terça-feira, julho 12, 2005

Regresso ao passado?

Durante meio século o Estado Novo manteve a nossa economia baseada numa política de preços baixos mantidos através na exploração da mão-de-obra, principalmente do sector primário. O meu avô, que é uma pessoa muito calma, exalta-se quando relembra os “bons” velhos tempos e diz: “A escravatura só foi abolida em Portugal quando acabou a ceifa manual no Alentejo”. Basicamente mantinha-se uma classe trabalhadora com um nível de vida mínimo, para que uma classe alta tirasse proveito da exploração do seu trabalho. A classe média tinha uma presença tímida na sociedade. Esta política levou-nos a 50 anos de atraso em relação ao resto da Europa. Há quem justifique este atraso com o esforço de guerra levado a cabo por outros países durante a 2ª Grande Guerra. A titulo de exemplo, a Suíça também não entrou na guerra, tal como Portugal, e vejam a diferença actual entre os nossos dois países.

Houveram pessoas que lutaram e esta situação mudou e os trabalhadores ganharam direitos consagrados na Constituição e a economia recuperou consideravelmente do atraso. No entanto, nos últimos anos tenho verificado um retorno às políticas de rentabilização baseadas na exploração de mão-de-obra. Coincidentemente, países como a Espanha e a Grécia passaram-nos à frente, mantendo e até elevando o nível de vida dos seus habitantes. Olhando para o passado, poderemos concluir que seguindo o rumo actual, vamos recuperar rapidamente os 50 anos de atraso em relação ao resto da Europa.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A classe politica é o cancro deste pais.
Enquanto não acabar não há progresso para as classas ditas "mais baixas"

9:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

No Estado agora é sugerido pelos superiores a possibilidade do quadro de excedentes não como medida de encaminhamento de excedentes mas como um meio de disciplinar opiniões divergentes.

E passaram várias divisões de informática à figura de núcleos de informática onde se espera haja quem as coordena, sem ter as condições remuneratórias e outras de chefe de divisão.

A par disso fazem-se muitos e muitos contratos de avença, em vez de contratos de trabalho, surgindo dezenas de trabalhadores sem férias, sem 13º mês, sem horário.

E isto acontece em Lisboa e ai! de quem pie esta informação.

3:43 da tarde  

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